A abrir esta edição, o Editorial de Abílio Antunes, presidente da Direção da Médicos do Mundo, lança um apelo claro contra a indiferença. Num mundo saturado de sofrimento e sobrecarga informativa, o texto relembra que cada vida tem valor — e que cuidar é, acima de tudo, um ato de humanidade. É também um reconhecimento do papel das organizações da sociedade civil como espaços de resistência, escuta e ação concreta.
O tema de capa — “Saúde Mental: um direito, não um privilégio” — é aprofundado num Especial sobre os desafios que afetam o acesso a cuidados em saúde mental, sobretudo entre populações em situação de vulnerabilidade. A exclusão social, o estigma, a falta de continuidade nos cuidados e a ausência de estruturas comunitárias são barreiras que agravam o sofrimento psicológico e tornam o mal-estar emocional invisível.
Logo a seguir, uma entrevista com Gustavo Gurito Araújo, médico Interno de Formação Específica em Psiquiatria e Saúde Mental e membro da equipa do projeto Embarque na Saúde, aprofunda os desafios da saúde mental em contextos de vulnerabilidade. Entre outros temas, fala-se da importância da psicoeducação para aumentar a literacia em saúde mental, da necessidade de adaptar a comunicação às barreiras linguísticas e culturais, e da urgência em investir em estruturas de reabilitação psicossocial.
A rubrica Linha do Tempo apresenta os principais marcos da nossa ação na primeira metade de 2025, desde a mobilização para emergências internacionais até à capacitação de comunidades em Portugal. É um retrato do nosso compromisso com a dignidade humana, contra a indiferença.
Em Atualidade Nacional, o destaque vai para o projeto Like ME and YOU, que aposta na educação entre pares para promover a prevenção de doenças não transmissíveis e a da saúde mental entre jovens. A iniciativa, em curso no concelho de Paredes, capacita adolescentes para se tornarem agentes de mudança dentro das suas próprias redes, criando espaços de escuta, apoio emocional e promoção de comportamentos saudáveis.
A revista inclui também um artigo de análise sobre discurso de ódio e liberdade de expressão, assinado por Jorge Silveira Sousa, coordenador de Comunicação e Advocacy da Médicos do Mundo. Num contexto de polarização digital, o texto aborda os limites legais e éticos da liberdade de expressão, os riscos da normalização do ódio e o papel das organizações da sociedade civil na promoção de inclusão e na denúncia de práticas discriminatórias.
Na rubrica Atualidade Internacional, o foco recai sobre Gaza, onde a Médicos do Mundo se junta a apelos internacionais pelo acesso humanitário e pela proteção dos profissionais de saúde palestinianos. A denúncia da fome como arma de guerra e das detenções arbitrárias reforça o nosso compromisso com os princípios humanitários.
E porque o inverno está a chegar, a revista traz também dicas práticas para cuidar da saúde em casa, com gestos simples que ajudam a prevenir infeções, melhorar a qualidade do ar e proteger quem mais precisa — especialmente crianças, pessoas adultas mais velhas e com doenças crónicas.
A fechar, Vidas que Contam dá lugar à história de Isabel, acompanhada pela equipa do projeto Beato Cuida. Aos 71 anos, depois de uma vida marcada por perdas e superações, Isabel reencontra alento no apoio que recebe — e lembra-nos que cuidar de quem cuidou é um gesto essencial de humanidade.
Descubra como, juntos, podemos continuar a fazer a diferença.
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