A Médicos do Mundo (MdM), através da sua delegação grega, está junto do campo de refugiados de Moria, na ilha grega de Lesbos, para ajudar as pessoas afectadas pelos incêndios que destruíram o recinto, quase por completo. Em consequência dos fogos, milhares ficaram desalojados e tiveram de passar a primeira noite ao relento ou em tendas improvisadas, à beira da estrada, expostos ao mau tempo que se fez sentir.

A MdM, que já se encontrava neste campo, com 13 mil pessoas, a desenvolver programas de saúde, está no local com a unidade móvel e uma equipa de 22 médicos e técnicos, para prestar apoio e identificar as principais necessidades.

Enquanto isso, em Atenas, as equipas trabalham na preparação de um primeiro carregamento de medicamentos, materiais médicos e outros, como tendas, sacos-cama, equipamentos de protecção da COVID-19 e kits de higiene. Está ainda a ser estudada uma resposta mais holística à situação.

12 mil precisam de ajuda humanitária urgente

Apesar de centenas de menores desacompanhados já terem sido transferidos para alojamentos na Grécia continental em voos fretados pela União Europeia (UE), 12 mil pessoas, entre as quais muitas famílias e crianças precisam de ajuda humanitária urgente.

O governo grego prometeu entretanto soluções para albergar os grupos vulneráveis, nomeadamente navios militares e tendas, ao mesmo tempo que movimentos civis na Alemanha pedem que o país receba algumas destas pessoas.   

Há 37 pessoas com COVID-19, muitas em parte incerta

Recorde-se que o fogo deflagrou após o centro de acolhimento ter sido colocado sob quarentena, em consequência da detecção de 35 casos da COVID-19. O número de pessoas infectadas subiu entretanto para 37, muitas das quais se encontram ainda em parte incerta, depois da fuga do campo.

Segundo Constantinos Petradellis, coordenador da MdM no campo de Lesbos, “a COVID-19 torna a situação ainda mais difícil, pois representa um desafio suplementar à gestão da saúde” no terreno.  

A situação deplorável do campo de Lesbos era bem conhecida, particularmente por todos os líderes europeus, que mesmo assim preferiram fechar os olhos. Sem quaisquer políticas coerentes de acolhimento e asilo, este tipo de tragédia vai continuar a acontecer.

A Grécia e a Europa vivem uma crise de acolhimento e solidariedade que transformou uma situação que podia ser gerida numa crise humanitária. Instamos os Estados europeus a agir o mais rapidamente possível e a acolher estas pessoas.

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