Uma trabalhadora humanitária da Médicos do Mundo França foi morta na última quinta-feira, em Damboa, no Estado de Borno, no nordeste da Nigéria.

A colaboradora, que desempenhava funções de coordenadora de recursos humanos na Nigéria para a Médicos do Mundo (MdM) França, sofreu um ataque de um membro das forças armadas nigerianas, na última quinta-feira, 17 de novembro. Os pormenores deste incidente trágico ainda não são conhecidos. 

“Estamos profundamente consternados com a perda da nossa colega, que foi assassinada enquanto trabalhava, para levar ajuda a comunidades do nordeste do país. Os nossos pensamentos estão com a sua família”, refere Jiten Asem, chefe de missão da MdM França na Nigéria. 

“A Médicos do Mundo está de luto. Condenamos este ataque de forma firme. É essencial que os trabalhadores humanitários e da saúde possam levar ajuda essencial às comunidades, sem sofrer ataques”, sublinha por seu lado Florence Rigal, presidente da MdM França. 

Esta tragédia deixou a MdM em choque. Demonstra uma vez mais os sérios desafios que enfrentam as ONG no terreno humanitário. Ano após ano, o nosso espaço para operar é cada vez mais limitado, o que nos obriga a trabalhar em condições que colocam as equipas em risco. Contudo, estamos mais determinados do que nunca em manter a nossa presença junto das pessoas que vivem em locais de crise. 

“Apelamos a uma total transparência por parte das autoridades civis e militares nigerianas e contamos com a sua completa cooperação e investigação desta tragédia. A família da nossa colega, os seus colegas na Nigéria e em todo o mundo, assim como toda a comunidade humanitária internacional têm o direito de saber o que levou o perpetrador a cometer este crime”, acrescenta a presidente da MdM França.

Sejam quais forem as circunstâncias deste caso, é importante reiterar que todas as partes de um conflito devem respeitar o direito humanitário internacional e garantir a segurança dos que levam ajuda essencial às populações civis. Em particular, apelamos ao exército e ao governo nigeriano para que assumam a sua responsabilidade neste incidente, de forma a assegurar que nada semelhante volte a acontecer.