MdM Bélgica

Foi há quase seis meses, no dia 9 de setembro, que o maior terramoto alguma vez registado em Marrocos atingiu Marraquexe e as aldeias da região montanhosa circundante. O abalo causou quase três mil mortes e mais de 6.100 feridos. A resposta imediata da Médicos do Mundo continua no terreno.  

Nos primeiros momentos após o terramoto, de magnitude 7, segundo o Centro Marroquino de Pesquisa Científica e Técnica, a Médicos do Mundo (MdM) organizou uma missão de avaliação. A equipa local foi imediatamente reforçada com três profissionais: um coordenador de emergência, um coordenador de saúde mental e apoio psicossocial e um coordenador de logística. 

A missão de avaliação transformou-se rapidamente numa intervenção psicossocial de emergência, com a prestação de primeiros socorros psicológicos às pessoas afetadas nas aldeias. Foi estabelecida uma colaboração com parceiros locais, incluindo a CARE Marrocos. 

A CARE Marrocos concentrou-se na resposta às necessidades básicas, como a distribuição de alimentos e kits de higiene, enquanto a MdM cuidava da assistência psicossocial. Este atendimento foi prestado por duas equipas móveis, compostas por um total de seis psicólogos marroquinos. O atendimento médico ficou a cargo do governo marroquino, desde o início.

As atividades de saúde mental e apoio psicossocial assumiram a forma de consultas psicológicas individuais e de atividades de grupo, incluindo grupos de discussão, intervenções PSP (primeiros socorros psicológicos) e oficinas temáticas relacionadas com as necessidades das comunidades afetadas. Foram beneficiadas 526 pessoas, por meio de acompanhamento psicológico individual, e 4.331, por meio de atividades psicossociais em grupo.

Ao mesmo tempo, foram disponibilizadas formações a organizações parceiras locais, incluindo sobre saúde mental e apoio psicossocial em situações de emergência.

A resposta mantém-se  

Hoje, as equipas da MdM continuam a ser reforçadas no terreno: uma equipa de intervenção de seis psicólogos nacionais trabalha em conjunto com uma equipa que lida com coordenação, logística e aconselhamento de saúde física e mental (em situações de emergência). Enquanto na primeira fase da intervenção foi necessário atender às necessidades básicas das populações afetadas pelo terramoto, na segunda, em 2024, a ação visa o restabelecimento do acesso a serviços essenciais das pessoas em situação de vulnerabilidade nas regiões atingidas. 

O terramoto evidenciou desigualdades preexistentes: pessoas marginalizadas, que eram capazes de satisfazer suas necessidades básicas antes do desastre, viram-se duplamente afetadas pelo terramoto e por fatores intersecionais de exclusão. Pessoas doentes ou com mobilidade reduzida, mulheres,  bebés e famílias monoparentais lideradas por mulheres, mas também profissionais do sexo, sobreviventes de violência baseada no género, pessoas em situação de migração, bem como outras populações marginalizadas, estão particularmente em risco, devido à sua vulnerabilidade preexistente.

A MdM, através da sua delegação belga, está presente em Marrocos desde 2013, na região de Oujda e Rabat. Presta apoia aos migrantes, promovendo o seu acesso aos cuidados de saúde de que são excluídos. Em específico, os projetos destinam-se a mulheres e crianças migrantes que se encontram em território marroquino.  

 
Parceiros locais neste projeto  

CARE (França e Marrocos), ALCS (suas filiais em Marraquexe e Taroudant), MS2, SMPC  (Sociedade Nacional de Psicólogos Clínicos), Psychologues Maghreb, bem como autoridades administrativas e de saúde. 

Parceiros internacionais neste projeto 

Swiss Solidarity, Centro de Crise e Apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês (CDCS), Ministério das Relações Internacionais e Francofonia do Governo do Quebeque (MRIF) e Valónia-Bruxelas Internacional (WBI).