©Mohammed Al Masri

A Médicos do Mundo apela a uma intervenção diplomática forte, urgente e inabalável, para pôr termo à morte de civis em Gaza.
 

Todos os dias, mulheres, crianças, pessoas deslocadas internamente, doentes, profissionais humanitários e de saúde são mortos pelos bombardeamentos incessantes na Faixa de Gaza.

772 famílias perderam pelo menos dois dos seus membros.

67% das vítimas mortais são crianças e mulheres.

A Médicos do Mundo (MdM) apela a uma intervenção diplomática forte, urgente e inabalável, para pôr termo à morte de civis.

Na última terça-feira, 31 de outubro, intensos bombardeamentos aéreos atingiram o campo de refugiados de Jabalia, destruindo um bairro inteiro com 30 edifícios residenciais. 50 pessoas foram mortas e muitas continuam presas sob os escombros.

Os hospitais não conseguem tratar um número tão avassalador de feridos, por enfrentarem um nível de devastação sem precedentes, funcionando em condições precárias, que até as cirurgias são realizadas no chão e sem anestesia. Os profissionais de saúde estão a trabalhar em condições de higiene deficitárias, fadiga e falta extrema de recursos.

Desde há três semanas, esta é a realidade diária na Faixa de Gaza, onde mais de 8.525 pessoas perderam a vida, até ao momento.

O Direito Internacional Humanitário (DIH) considera como ataque indiscriminado ilegal o bombardeamento aéreo de objetivos localizados em áreas com elevada concentração de populações civis. O princípio da proporcionalidade implica também que as baixas civis não podem ser excessivas relativamente à vantagem militar concreta e direta que se prevê do ataque.

A continuação das hostilidades num contexto de elevada densidade populacional, de onde as pessoas não podem fugir, e no meio de uma catástrofe humanitária e de saúde pública, é condenada pelo DIH. 

A MdM está chocada com a falta de uma intervenção forte, urgente e inabalável da comunidade internacional, enquanto o DIH é constantemente violado.

Apelamos à urgente proteção da população civil, e aos Estados para que assumam as suas responsabilidades no âmbito do direito internacional: exercer toda a pressão sobre as partes beligerantes, para se alcançar um cessar-fogo e garantir um acesso humanitário pleno, seguro e sem entraves.