Por ano existem seis mil novos casos de Cancro da Mama em Portugal. O diagnóstico precoce é de extrema importância, uma vez que a detecção da doença numa fase inicial eleva para 95% as hipóteses de um bom prognóstico.
Segundo a Direcção Geral de Saúde, o Cancro da Mama é a segunda causa de morte no género feminino a nível nacional, sendo que a probabilidade indica que uma em oito mulheres tem esta doença. 

 

“Isto já passa” ou “isto não é nada” são expressões frequentes quando a mulher sente uma alteração ou caroço na mama, as quais devem ser abolidas, substituindo-se pelo despiste numa óptica de prevenção.

Quais são os sintomas?

Perda de peso inexplicável

Para todas as mulheres, pode parecer milagre a perda de peso (5 ou mais quilos) de forma repentina e inexplicável. No entanto, este sintoma deveria ser motivo de preocupação, já que é um dos primeiros sinais de cancro da mama.

Cansaço

Sentir-se cansada depois de um dia de trabalho ou de uma situação tensa é muito comum.
O risco começa a existir quando o cansaço se torna crónico e não desaparece, apesar de se dedicar o tempo necessário ao descanso.

Sangramento ou hemorragias anormais

Qualquer tipo de sangramento ou hemorragia sem ser esperada pode ser um sinal de alerta, seja de cancro ou de outra doença. 

Nódulos

A maioria dos nódulos costuma ser benigna, mas mesmo assim as mulheres devem estar atentas.
Durante anos fomos advertidas de que os nódulos nos seios podem ser um sinal de cancro. No entanto, o seu aparecimento nem sempre significa a doença, já que os nódulos podem surgir por uma infecção ou quistos.

Alteração na pele

A pele que cobre o seio também pode sofrer alterações que nos alertam sobre a possível presença do cancro. Entre os sinais destacamos a vermelhidão, presença de feridas, mudanças de cor, celulite ou aspeto «casca de laranja».

Retracção dos mamilos 

Ao examinar os seios, é muito importante observar com atenção os mamilos para verificar se estão normais e não apresentam nenhuma alteração.
A retração dos mamilos é um sintoma quase evidente de cancro da mama.

Dor na mama

Nas primeiras etapas, é pouco comum sentir dor nas mamas ao apertar ou apalpar um pouco os seios.
No entanto, quando a doença começa a avançar, é muito comum sentir sensibilidade e dor nos seios ao tocá-los.
É importante lembrar que devemos ficar atentas para não confundir com a dor causada pela tensão pré-menstrual, ou por alguma infecção como a mastite.
Mudanças no tamanho das mamas
O tamanho das mamas é muito importante para detectar o cancro a tempo. Notar que uma delas está inflamada ou com um tamanho diferente é um sinal que requer atenção imediata.

Secreção no mamilo

Muitas vezes, a secreção no mamilo não é um problema e desaparece depois de poucos dias.
No entanto, em muitos casos foi reportado este aspecto como um dos sintomas, já que as mulheres diagnosticadas manifestaram ter uma secreção com odor forte em um ou nos dois mamilos.

cancro da mama

 

Como é que se pode diagnosticar?

A detecção pode ser efectuada através de exames imagiológicos de rastreio ou (de profilaxia.
A mamografia permanece o método de eleição na detecção imagiológica do cancro da mama bem como na 1ª abordagem diagnóstica de cancros que se manifestam clinicamente . 
A ecografia contribui também na detecção de algumas neoplasias em mulheres jovens em que é o exame de 1ª linha. Mas é sobretudo utilizada como complemento da mamografia, na detecção de cancros em mamas densas sem tradução mamográfica, melhorando a sensibilidade e a especificidade ao permitir uma melhor caracterização das lesões detectadas no exame mamográfico.
O diagnóstico é sempre de probabilidade, contendo falsos negativos e falsos positivos. As imagens radiológicas que, pelas suas características morfológicas, são suspeitas de malignidade, implicam um diagnóstico histológico definitivo antes de qualquer abordagem terapêutica.
A ressonância magnética é o método mais sensível na detecção do cancro da mama, tendo contudo muitos falsos positivos, cuja percentagem flutua (consoante o grupo de doentes seleccionados. Contribui na actualidade na detecção e diagnóstico do cancro da mama, nomeadamente nas doentes de alto risco e no carcinoma oculto, (quando está presente adenopatia axilar metastática sem identificação do tumor na)mamografia e ecografia). A ressonância magnética é recomendada na avaliação pré-terapêutica das doentes de alto risco.

Factores de risco

As investigações têm demonstrado que há mulheres que apresentam um risco aumentado para cancro da mama, que pode estar associado a determinados factores de risco, já identificados:

Idade: a possibilidade de ter cancro da mama aumenta com a idade; uma mulher com mais de 60 anos apresenta um maior risco. A doença é menos comum antes da menopausa.

Histórico familiar e alterações genéticas: o risco de uma mulher ter cancro da mama aumenta se houver histórico familiar da doença, especialmente em idades mais jovens (antes dos 40 anos). Em famílias onde muitas mulheres tiveram a doença, os testes genéticos podem, por vezes, demonstrar a presença de alterações genéticas específicas. Assim sendo, as mulheres que apresentem estas alterações genéticas, podem ser seguidas para tentar reduzir o risco de cancro da mama e melhorar a detecção precoce da doença.
     
Algumas alterações da mama: algumas mulheres apresentam células mamárias que parecem anormais quando vistas ao microscópio. A existência de determinado tipo de células anormais, quer sejam a hiperplasia atípica ou o carcinoma lobular in- situ, aumenta o risco de cancro da mama.

Menstruação precoce: mulheres que tiveram a primeira menstruação em idade precoce (antes dos 12 anos), tiveram uma menopausa tardia (após os 55 anos) ou que nunca tiveram filhos apresentam um maior risco.

Terapêutica hormonal de substituição: mulheres a quem é administrada terapia hormonal, durante 5 ou mais anos, após a menopausa apresentam uma maior possibilidade de desenvolver cancro da mama.

Raça: o cancro da mama ocorre com maior frequência em mulheres caucasianas (brancas), comparativamente a mulheres latinas, asiáticas ou afro-americanas.

Radioterapia no peito: mulheres que tenham feito radioterapia ao peito, antes dos 30 anos, apresentam um risco aumentado para cancro da mama; esta situação inclui mulheres com linfoma de Hodgkin que foram tratadas com radiação.
 

Densidade da mama: mulheres mais velhas que apresentam, essencialmente, tecido denso (não gordo) numa mamografia.

Obesidade após a menopausa: as mulheres que são obesas, após a menopausa, apresentam um maior risco de desenvolver cancro da mama.

Inactividade física: mulheres que são fisicamente inactivas, durante a sua vida, parecem ter um risco aumentado para cancro da mama.

Bebidas alcoólicas: alguns estudos sugerem haver relação entre a maior ingestão de bebidas alcoólicas e o risco aumentado de ter cancro da mama.
No entanto, a maioria das mulheres que desenvolvem cancro da mama não tem histórico da doença na família. Com excepção do envelhecimento, muitas mulheres com cancro da mama não apresentam fortes factores de risco.

Prevenção

Conhecer  o nosso corpo,  olhar no espelho  e saber reconhecer as alterações que podem ocorrer de forma a detectar qualquer mudança, o mais prematuramente possível.  Se pensa estar em risco, deve discutir esta questão com o médico, que lhe deve planear um calendário adequado para os exames médicos.
Investir   em  alimentação saudável, rica em fruta e legumes. Evitar o excesso de gordura, evitando assim o excesso de peso.
A prática de exercício físico é essencial para uma vida saudável, nem que seja uma caminhada. Fazer desporto é uma óptima forma de combater o stress, reacção que contribui para a diminuição da imunidade do nosso organismo. Não fumar e beber com moderação.  Amamentar durante o maior tempo possível.