No Dia Internacional dos Migrantes, a Rede Internacional da Médicos do Mundo junta-se a mais de uma dezena de organizações europeias e internacionais na subscrição da declaração conjunta ‘Reclaiming Migration: A Call for Justice, Dignity, and an Anti-Racist Europe’, promovida pela European Network Against Racism (ENAR).

Este apelo defende uma mudança urgente na forma como a Europa encara a mobilidade humana e reafirma que migrar não é uma exceção nem uma ameaça — é parte da nossa condição humana.

Migrar é humano. É uma realidade que acompanha a história da humanidade: pessoas deslocam-se para estudar, trabalhar, cuidar da família, fugir à violência ou, simplesmente, para construir uma vida melhor. No entanto, esta realidade tem sido distorcida para justificar políticas racistas e desumanas, que resultam em sofrimento, morte e exclusão.

 

Porquê este apelo?

Nos últimos anos, assistimos a uma escalada de medidas securitárias: militarização de fronteiras, detenções, deportações e criminalização de pessoas migrantes e racializadas. Em vez de investir em saúde, educação ou habitação, os governos canalizam recursos para muros, vigilância e contratos privados que lucram com a exclusão.

Estas práticas não trazem segurança. Pelo contrário: alimentam medo, instabilidade e desigualdade, dividem comunidades e reforçam hierarquias racializadas. A migração é tratada como uma ameaça, quando deveria ser reconhecida como parte integrante da vida social, cultural e económica.

 

O que está em jogo

O apelo subscrito pela Médicos do Mundo e outras organizações exige uma mudança profunda:

Fim da criminalização das pessoas migrantes, independentemente do seu estatuto.

  • Investimento em sistemas sociais — saúde, educação, habitação — em vez de muros e deportações.

  • Garantia de direitos plenos e condições de trabalho seguras para todas as pessoas que vivem na Europa.

  • Participação ativa das comunidades migrantes na definição das políticas que lhes dizem respeito.

  • Reconhecimento das raízes coloniais e das desigualdades que moldam os padrões de mobilidade.

 

E agora?

A mobilidade humana não é uma crise. É uma oportunidade para construir sociedades mais diversas, solidárias e justas. É tempo de rejeitar narrativas de medo e afirmar uma Europa baseada em direitos humanos, dignidade e igualdade.

 

Junta-te à ação em 2026!

Estamos a trabalhar para construir uma Europa assente na justiça e na igualdade. Partilha connosco a tua visão: propõe uma ideia ousada para uma ação coletiva ou campanha que desafie as políticas atuais e coloque no centro a dignidade, a solidariedade e os direitos.

 

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