Uma delegação de representantes da task force dedicada ao consumo de substâncias psicoativas da cidade de Cork, na Irlanda, esteve de visita ao Programa de Consumo Vigiado Móvel. O objetivo foi conhecer o funcionamento e as caraterísticas da resposta, numa altura em que se discute a melhor solução a implementar naquela cidade. 

A Lord Mayor (presidente do Conselho Municipal) de Cork, cidade no sul da República da Irlanda, Deirdre Forde, liderou uma delegação de 15 pessoas, que veio recentemente a Portugal, para conhecer o trabalho e as metodologias na área dos comportamentos aditivos e dependências. A comitiva, com representantes da task force local, que incluiu psiquiatras e membros de agências, de unidades hospitalares e do executivo municipal, visitou, no dia 16 de maio, o Programa de Consumo Vigiado Móvel (PCVM), em Lisboa.  

Segundo Deirdre Forde, esta missão de observação teve como objetivo “ver como Portugal está a trabalhar as diferentes adições e metodologias para responder às necessidades da comunidade”. Atenta ao fenómeno na sua cidade, nomeadamente à questão do abandono de seringas utilizadas no consumo injetado, “um perigo para os (…) jovens e idosos”, a responsável irlandesa explicou que o município de Cork está neste momento “a avaliar a melhor forma de responder à situação”.

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Durante a visita, a comitiva teve a oportunidade de conhecer a unidade móvel, a equipa e todos os procedimentos que são adotados no apoio aos utentes. Houve ainda lugar a questões e à troca de experiências e de informações sobre ambas as realidades. 

Há já algum tempo que temos vindo a discutir como devemos responder e não temos a certeza se a resposta deve ser fixa (…) ou com uma unidade móvel. Muitos são da opinião que uma resposta móvel pode ser a melhor solução, mas não sabemos como a comunidade que não usa substâncias psicoativas vai reagir a uma ou outra solução.”, referiu a responsável municipal.

“(…) Uma oportunidade para encaminhar as pessoas (…) para opções mais seguras (…)” 

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Deirdre Forde
Lord Mayor de Cork

“Vemos que Portugal tem grande sucesso e por isso viemos ouvir, basicamente para obter as evidências, fazer perguntas, regressar e avaliar os números. Não se trata tanto de custos, mas sobretudo da eficácia da resposta. O que gostei de ver aqui é que não se trata apenas de uma resposta à injeção segura, mas também é uma oportunidade de guiar/encaminhar as pessoas com adições para opções mais seguras e talvez até para outro tipo de ajuda, como alojamento e outros tipos de tratamentos (…). Uma sociedade mais segura é um ganho para todos.”