Eu arrisco-me a dizer: podemos sair de África, mas África nunca sai de nós. Ouvi esta frase uma semana após ter regressado de São Tomé e começo a achar veemente que transporta consigo uma verdade imensa. Se não for assim, como se justifica que, quando interpelada sobre a experiencia que tive (de apenas um mês!), o meu corpo ainda vibre e a minha mente se transporte automaticamente para São Tomé? E porquê? Não sei justificar exatamente porquê, mas arrisco-me a dizer que seja pelo facto de termos ido no regime de voluntariado, com a mente e o coração abertos, e com a convicção de que iríamos dar sem receber. Mas a verdade é que recebemos…muito mais do que estaríamos à espera! Talvez seja exatamente por isso que o pouco que recebemos se transforme em muito, pela surpresa da sua existência. Sempre quis fazer voluntariado, acho que temos que contribuir de alguma forma para a sociedade e, depois desta experiência, vim com as forças renovadas para continuar em projetos de voluntariado de saúde em território nacional.

 

Nome do autor
Adriana Oliveira
Ocupação do autor
Voluntária
Fonte
(Entrevista à Revista de Médicos do Mundo “Face”, edição de Março de 2012)