
Ficha Técnica
Até final de 2017, foram notificados em Portugal 57.574 casos de infeção por VIH, destes 22.028 atingiram o estadio SIDA até final de 2017 e para 14.500 foi notificado óbito no mesmo período. Em 2017 foram diagnosticados 886 novos casos de infeção por VIH, o que corresponde a uma taxa de novos diagnósticos de 8,6 casos por 100 000 habitantes.
De acordo com o Relatório “Infeção VIH e Sida 2018” da Direção Geral da Saúde, Portugal já atingiu os dois primeiros objetivos das metas ONUSIDA:
● 91,7% das pessoas que vivem com a infeção estão diagnosticadas (dados 2016);
● 86,8% das pessoas diagnosticadas estão a ser tratadas (dados 2016);
● 90,3% das pessoas que estão em tratamento têm carga viral indetetável.
Pese embora Portugal tenha vindo a acompanhar os progressos globais e alcançado resultados significativos:
● Estima-se que cerca de 4000 pessoas vivem com a infeção VIH e desconhecem o seu estado serológico;
● Continuamos a apresentar uma das mais elevadas taxas de incidência de novos casos de infeção diagnosticados;
● Continuamos a apresentar uma das mais elevadas taxas de diagnósticos tardios na União Europeia: em 2017, 51,5 dos novos casos de infeção diagnosticados ocorreram numa fase tardia (CD4<350 cél./mm3) e destes, 31,1% com critério de doença avançada (CD4<200 cél./mm3).
● O país apresenta um tempo médio para o diagnóstico de 3,8 anos.
O Porto é o segundo distrito do país com a maior taxa de incidência de novos casos de infeção por VIH diagnosticados. Entre 2011 e 2016 o Porto apresenta uma incidência média de 25,6, sendo a incidência média nacional de 13,4 para igual período. No período compreendido entre 2013 e 2017 a taxa média de diagnósticos VIH no concelho do Porto é de 28,0 casos por 100 000 habitantes, Matosinhos 13,9 casos por 100 000 habitantes, Vila do Conde 13,3 casos por 100 000 habitantes e Vila Nova de Gaia de 11,0 casos por 100 000 habitantes, sendo a taxa para o país no período equivalente de 13,0 casos por 100 000 habitantes.
De acordo com o Programa Nacional para as Hepatites Virais “são particularmente as hepatites B e C as que se revestem de maior impacto em termos de morbilidade e mortalidade, ao serem as principais causas de doença hepática crónica nos países desenvolvidos. Considera-se que as diferentes formas de prevenção das hepatites virais e outras IST, o diagnóstico precoce e a referenciação hospitalar têm elevados benefícios clínicos para as pessoas infetadas e de saúde pública para toda a comunidade. O tratamento da hepatite C está disponível em Portugal desde 2015, pelo que a identificação das pessoas que estão infetadas com vista ao acesso ao tratamento é prioridade nacional.
Objectivo Geral
Em 12 meses, Promover a realização do teste de rastreio das infecções por VIH, VHB, VHC e Sífilis e a adequada referenciação nos grupos dos HSH, TS e seus clientes, PSA, Utilizadores de Drogas e Migrantes e Garantir o acesso a programas de RRMD e de prevenção da infecção VIH no grupo dos utilizadores de drogas nos concelhos do Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos e Vila do Conde.
OE 1. Promover a realização do teste de rastreio das Infecções por VIH, VHB, VHC e Sífilis, a notificação anónima e o rastreio de contactos
OE 2. Garantir a referenciação hospitalar dos testes reactivos para o VIH, VHC, VHB e Sifilis
OE 3. Garantir o acesso a programas de RRMD e de prevenção da infecção pelo VIH no grupo de Utilizadores de Drogas
OE 4. Promover a literacia em saúde e o acesso à prevenção das infecções por VIH, VHB, VHC e Sífilis
Público-Alvo
- Homens que fazem sexo com Homens (HSH);
- Imigrantes (com especial atenção aos que se encontram em situação administrativa irregular);
- Pessoas em situação de Sem Abrigo (PSA);
- Pessoas que utilizam Drogas (PUD);
- Trabalhadoras Sexuais e seus clientes (TS).
1 Coordenadora, 1 Técnico Social, 1 Enfermeiro, 1 Educador de Pares e 2 Médicos (em regime de voluntariado)
Projecto co-financiado pela Direcção Geral de Saúde
Fundos Próprios e doadores
- Realização de Testes Rápidos VIH, VHB, VHC e Sífilis
- Referenciação Hospitalar dos testes reactivos VIH, VHB, VHC e Sífilis
- Notificação anónima e rastreio de contactos
- Troca de material para consumo endovenoso e fumado
- Distribuição de material preventivo (preservativos masculinos, femininos e gel lubrificante)
- Educação de pares
- Referenciação para Profilaxia Pré-Exposição (PrEP)
- Acções de educação para a saúde
- Monitorização e avaliação do projecto
RE 1. 70% da população do projecto realiza, pelo menos 1 sessão de rastreio
RE 2. 90% dos utentes com teste reactivo são referenciados para teste confirmatório
RE 3. 66% dos utentes do projecto troca material de consumo
RE 4. 66% dos utentes do projecto recebe sessões de Educação pelos pares
RE 5. 80% dos utentes recebe material preventivo e beneficia de acções individuais de Educação para sexo seguro
RE 6. 10% dos utentes é referenciado para PreP
RE 7. 80% dos utentes beneficiam de acções de educação para a saúde